Mulheres na pecuária leiteira e o uso de redes sociais na produção

Conheça as mulheres que se uniram para usar as redes sociais e melhorar a criação de gado leiteiro

Lorena Borges é estudante de zootecnia e ama os animais – Foto: Divulgação Canal Rural

É um olho na lida e outro no celular. Nesta última década, a internet mudou a vida e a gestão dos negócios, transformou as relações econômicas e sociais e diminui as distâncias entre as pessoas. E esse cenário também se consolidou no meio rural. Há grupos de trocas de mensagens que são o maior meio de comunicação entre muitos moradores do campo. Pode ser tratando os suínos ou selecionando as variedades para serem plantadas. Uma dúvida em uma dosagem vira uma mensagem no grupo. Ou ainda mesmo uma linda bezerra, que nasceu com uma estrela no chanfro, vira uma postagem comentada e elogiada.

E elas também resolveram se unir. Pode se afirmar que há um movimento, ainda não tão grandioso, de diversas mulheres que atuam no agronegócio interagindo fortemente. Algo é muito perceptível: elas estão cada vez mais conscientes de seus papéis e querem ser representadas e ouvidas.

A diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável, Roberta Züge colheu dados através de formulários e recebeu respostas de mulheres de 15 a 54 anos. Em geral, o resultado obtido foi de depoimentos intensos. Eles demonstram que gostam do trabalho na pecuária, por permitir uma vida mais saudável e um maior contato com os filhos. Muitas afirmaram que a rentabilidade no campo é maior do que se estivessem em uma atividade na cidade. Sentem-se felizes por trabalhar no interior e o amor aos animais também é muito citado.

Estas mulheres estão conectadas, preocupadas com o valor do seu produto e exibem orgulhosas os resultados laboratoriais do leite. Elas citam o leite 4.0, querem inovações e buscam conhecimento e aprimoramento de técnicas para melhorar o bem-estar animal e a produtividade.

Exemplos de mulheres na pecuária leiteira

Entre as entrevistadas, Maiara Lohmann Neuberger, produtora do Rio Grande do Sul, que está numa propriedade com 100% mão de obra familiar, buscou ficar no campo para trabalhar e conseguir conciliar os cuidados da filha. Mas, não deixou de investir em conhecimento. Está fazendo uma pós-graduação e quer mais tecnologia no campo.

Nascida em Ijuí, Jaqueline Paim Ceretta, filha única, teve oportunidade e se formou em Química. Estava trabalhando em indústria Láctea no setor de Qualidade. Mas, apesar da experiência não estava satisfeita. Assim, resolveu voltar para a propriedade para trabalhar com os pais. Ela desafiou a tradição da região, onde o sucessor é sempre um filho homem. Além disso, a propriedade tinha pouco mais de 15 animais, uma conta bancária no vermelho e a produção próxima a 180 litros/dia. Superando os preconceitos e até o descrédito dos pais, Jaqueline arregaçou as mangas e viu que estava no caminho certo quando seu pai a questionou se havia se esquecido de pagar boletos, pois, estava sobrando dinheiro na conta corrente. Neste momento, sentiu a consolidação de uma equipe muito especial: pai, mãe e filha. Passados menos que cinco anos, a Agropecuária Ceretta tem 43 animais no total. E também produz quase 800 litros de leite por dia, e pode exibir resultados de CPP e CCS baixos, com sólidos altos e excelente média de produção. Jaqueline se encontrou na profissão e hoje é um modelo na região.

Após finalizar a faculdade de educação física, Karen Viana, filha de produtores de leite e que cresceu ajudando a ordenhar e a tratar os animais, viu-se desafiada quando se deparou com uma vaca com problema de casco, que tinha sido descartada. Após conseguir cuidar do animal, sob promessa que se conseguisse iria prosseguir na atividade, ela e o namorado iniciaram a produção. Dos dez litros diários do início, hoje produzem 600 litros. Mas, o plano para o curto prazo é dobrar este volume. Para Karen, a produção de alimentos é uma das mais lindas profissões, ela sente orgulho e motivação em fazer parte da população que sustenta e alimenta uma nação.

Lariane Bombo, nascida em São Paulo com formação técnica em metalurgia, após o casamento e mudança para o Paraná, encarou o desafio de trabalhar com leite. Sem afinidade com o tema, fez cursos e se aprimorou. Hoje se diz realizada, é seu próprio chefe, mas reforça que as vacas são as patroas. E elas retribuem a dedicação com uma produção boa. Caso os resultados não sejam os esperados, ela procura relatórios para entender o que aconteceu. Comemora cada bezerra nascida. Para Lariane, a vida no campo proporciona muita tranquilidade. Mas, gostaria de mais facilidade para investimentos em tecnologias e reconhece que a internet ajuda a encontrar novas alternativas para a pecuária leiteira.

Utilização das redes sociais

Algo que todas demonstraram é a utilização de redes sociais. Entre elas, o Facebook é a preferida. Isto é fácil de verificar pelos grupos e páginas de Mulheres do Agro que contam com milhares de curtidas e membros. A página “Agro Mulher Brasil” coleciona mais de 70 mil seguidoras e o grupo “Mulheres do Agro” outros milhares de membros. Elas interagem e sentem prazer em postar fotos das atividades de trabalho. O WhatsApp também é utilizado e o Instagram tem crescido, especialmente entre as mais jovens.

Resposta referente ao questionamento do uso de redes sociais

Como elas são plugadas, a grande maioria acredita que aplicativos e plataformas digitais são importantes na pecuária.

Respostas sobre vantagens de utilizar plataformas digitais na pecuária de leite

Quando questionadas se há acesso fácil da propriedade, menos de 5% responderam que não.

Segundo pesquisa do IBGE, dados de 2016 e 2017, os últimos que estão disponíveis, o acesso no campo ainda é menor. Em média, só 39%. No entanto, as mulheres são as que mais utilizam, quase 42% delas acessam a rede.

Porcentagem de acesso à internet pela população

Os dados do IBGE, da pesquisa de 2016 a 2017, demonstram que há uma diferença de acesso conforme a região do Brasil, assim como, ainda há menos acesso no campo que na cidade.

Por Roberta Züge | Lance Rural

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