A tradição que se eterniza em nomes

A pecuária brasileira é feita de genética, manejo, negócios, mas também de memória. Por trás de grandes leilões e estruturas modernas, há sempre uma história que molda os espaços e os torna únicos. Um dos gestos mais simbólicos disso é o batismo de estruturas dentro das fazendas: tatersais, currais, e mostradores de gado recebem nomes que eternizam legados familiares ou reconhecem contribuições de trabalhadores de longa data.

Homenagens que se transformam em legado

Na Fazenda Realeza, em Mato Grosso do Sul, o Tatersal Ivo Zoller carrega o nome do patriarca da família, já falecido. Mais que um espaço de leilão, o local se tornou um símbolo de respeito à trajetória de quem ajudou a erguer os alicerces da fazenda e da história familiar. A cada remate realizado, o nome ecoa como uma lembrança viva da origem e dos valores que sustentam o negócio até hoje.

🎥 Assista aqui os melhores momentos do leilão de inauguração do tatersal

Imagem externa e interna do Tatersal Ivo Zoller na Fazenda Realeza (MS) | Foto: Larissa Bezerra

À esqueda Raphael Zoller, filho de Ivo Zoller. À direita a família Zoller na inauguração do tatersal | Fotos: Larissa Bezerra

Reconhecimento além da família

No interior da Bahia, outro exemplo reforça a importância dessa cultura. Na Fazenda Baviera EAO, em Itagibá, o Mostrador de Gado leva o nome de Dernival de Jesus Cavalcanti, funcionário com mais de 30 anos de dedicação. A homenagem não apenas valoriza o colaborador, mas também reforça o vínculo entre a fazenda e quem a constrói diariamente com trabalho e lealdade. É a prova de que, no campo, o tempo de casa também é sinônimo de raiz.

🎥 Assista aqui a inauguração do mostrador de gado na Fazenda Baviera

Dernival de Jesus Cavalcanti na inauguração do mostrador de gado que leva seu nome, Fazenda Baviera (BA) | Foto: Larissa Bezerra

Família reunida na inauguração do mostrador de gado na Fazenda Baviera (BA) | Fotos: Larissa Bezerra

Imagens do mostrador de gado na Fazenda Baviera (BA) | Fotos: Larissa Bezerra

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Muito além de placas: a força da memória afetiva

Dar nome a uma estrutura vai muito além de uma identificação funcional. É um gesto de afeto, de honra e de permanência. Em um setor pautado por tradição e continuidade, essa prática representa a valorização da história, da família e das relações humanas, pilares que sustentam a vida no campo.

Larissa Bezerra | Canal Rural