“Foi devastador, mas emocionante ajudar” — diz leiloeiro Fábio Crespo um ano após as enchentes no Rio Grande do Sul
Um relato de como a tragédia das enchentes uniu o RS em solidariedade e superação
Um ano depois da tragédia, as lembranças ainda são fortes
Em 2024, o Brasil enfrentou uma das maiores catástrofes naturais de sua história. As chuvas intensas e as enchentes no Rio Grande do Sul devastaram o campo e as cidades, deixando um rastro de perdas que ainda hoje impacta a vida de milhares de famílias.
Entre os que viveram essa realidade de perto está o leiloeiro Fábio Crespo, que relembra o cenário dramático e a mobilização de solidariedade que surgiu em meio ao caos.
“As pessoas perderam tudo da noite para o dia”
“Acho que não tem quem não tenha sido impactado efetivamente com o que aconteceu no Rio Grande do Sul um ano atrás. Uma tragédia de proporções impressionantes. As pessoas perderam tudo da noite para o dia.”
As águas arrastaram plantações, propriedades, rebanhos inteiros e anos de trabalho. Pequenos e médios produtores rurais viram suas casas, criações e lavouras desaparecerem em questão de horas.
“A enxurrada levou campo, levou casa, levou vidas, levou o trabalho de anos. Até hoje, muitos ainda sofrem com as perdas e com as mortes que aconteceram.”
O surgimento do Martelo Solidário

Martelo Solidário
Diante de tanto sofrimento, a classe dos leiloeiros rurais se mobilizou. Fábio Crespo destaca a criação do grupo Martelo Solidário, formado por profissionais do setor que usaram sua experiência para arrecadar fundos e ajudar os atingidos.
“Nós trabalhamos bastante, fizemos grandes eventos. Com o Martelo Solidário conseguimos arrecadar valores importantes para devolver dignidade às pessoas.”
Com as doações, o grupo conseguiu entregar:
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Móveis
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Cartões para compras de itens básicos
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Casas para famílias que perderam tudo
“Não foi muito, porque não se consegue fazer muito diante da dimensão do que aconteceu. Mas conseguimos dar algum alento para quem perdeu absolutamente tudo.”
“O Rio Grande é resiliente”
Crespo relembra a tristeza de ver o sofrimento de perto, mas também ressalta a força da população gaúcha e o apoio que veio de todo o Brasil:
“A alegria foi poder ajudar aqueles que necessitaram e que seguem necessitando. O Rio Grande é resiliente. Contou com a ajuda do Brasil inteiro. Muitas iniciativas particulares se formaram e seguem acontecendo até hoje, criando uma grande corrente do bem.”
As áreas mais baixas, explica, foram as mais devastadas:
“Foram pequenos proprietários que perderam o gado, os cavalos, as granjas, os suínos. A enxurrada levou tudo. Mas a solidariedade tem sido essencial para manter a esperança viva.”
O impacto permanece, mas a reconstrução continua
Mesmo um ano depois, muitos produtores ainda enfrentam os desafios da reconstrução. As histórias de quem resistiu mostram o quanto o trabalho coletivo tem sido fundamental para dar novos passos.
A série “Um ano depois, o gaúcho conta” segue reunindo relatos como este para registrar a força, a dor e a superação do povo gaúcho. Envie sua história!
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