Avanços na seleção das vacas melhora produção de leite das fazendas

Propriedades que usam touros de maior imunidade estão conseguindo reduzir custos e a incidência de doença nos rebanhos

Na pecuária leiteira, o impacto econômico negativo causado pela incidência de doenças nas vacas tem levado os pecuaristas a buscarem touros capazes de transmitir maior imunidade às suas filhas. Estima-se que, para cada litro de leite que uma vaca enferma deixa de produzir no período de pico de sua produção, o prejuízo ao final de toda a sua lactação será de 200 litros de leite a menos. Já o atraso em emprenhar nos 90 dias pós-parto por decorrência de problemas de saúde acarreta um prejuízo de quase R$ 4,00 por dia. “Com os avanços nas pesquisas sobre a seleção para imunidade, sem sombra de dúvidas, estaremos evoluindo a passos largos para termos vacas cada vez mais saudáveis e menos dependentes de intervenções medicamentosas e/ou de atendimento, o que, do ponto de vista estratégico, é muito importante para o sucesso de diferentes sistemas de produção de leite ao redor mundo”, esclarece Flávio Junqueira, doutor em Produção Animal e Gerente do Programa Semex Progressive Leite.

Na Fazenda Três Pontas, em Presidente Olegário (MG), o melhoramento do rebanho tem sido direcionado para a obtenção de animais com imunidade superior. Com uma produção altamente tecnificada, a propriedade está entre as 50 maiores produtoras de leite do Brasil e foi a primeira da América Latina a adotar o sistema de ordenha em carrossel. No total, são 1.380 animais da raça Holandesa no plantel, sendo 625 vacas em ordenha. A média diária de produção por cabeça é de 31 litros com a qualidade exigida pelo mercado. O índice de Proteína está em 3,18 e o de Gordura em 3,5, dois componentes do leite que vêm sendo valorizados pelos laticínios que pagam uma bonificação maior por eles.

Anteriormente, a fazenda tinha como foco da seleção do rebanho animais de melhor conformação. Agora, a busca é por touros de maior imunidade e fertilidade. “Assim, está sendo possível elevar a rentabilidade da fazenda, pois as filhas desses reprodutores são mais longevas, resistentes a doenças, produzem colostro de alta qualidade e conseguem uma recuperação rápida em casos de mastite”, explica Luiz Fernando Oliveira, Regional Semex em Patos de Minas, que auxilia a propriedade a fazer um planejamento genético utilizando touros de imunidade elevada que serão acasalados com as melhores vacas do rebanho, selecionadas com base em características como saúde, produção e fertilidade, dentre outras.

Segundo o médico-veterinário da Três Pontas, Álvaro Shiota, a melhora genética do rebanho é visível. “As novas gerações de primíparas e vacas de primeira cria têm produções bem melhores que das fêmeas das gerações anteriores”, diz. Os avanços genéticos permitiram à Três Pontas, que está na atividade há 35 anos, consolidar o projeto de expansão do negócio, cuja proposta é chegar a 1.200 animais em ordenha.

Em Carmo do Paranaíba (MG), a Fazenda Bravinhos também tem direcionado a seleção do rebanho de 450 animais para a obtenção de vacas mais saudáveis.  A produção diária é de 36 litros/vaca. “Estamos realizando acasalamentos corretivos para produzirmos animais de alta produção, de grande saúde e boa conformação. As bezerras com melhor saúde conseguem ficar mais tempo na propriedade, melhorando a rentabilidade”, assegura Cristiano Couto, médico-veterinário da Bravinhos.

Fazenda Bravinhos utiliza programas inovadores para selecionar melhores vacas. Foto – Grupo Publique

O proprietário da fazenda, Daniel André da Silva, lembra que entrou para a pecuária leiteira em 1997 apenas com o propósito de garantir matéria-prima para a sorveteria que tinha na cidade. “Acabei gostando e vi que podia produzir com qualidade se investisse em genética”, lembra Daniel, que foi presidente da cooperativa local por 12 anos. Hoje, o leite da Bravinhos consegue atingir bons índices de sólidos totais, chegando a 3,71 de Gordura e 3,21 de Proteína. São 100 hectares de área e o produtor está aprimorando o trabalho para garantir mais conforto aos animais.

Enquanto no campo técnico os pecuaristas utilizam as ferramentas mais modernas para selecionar animais de maior imunidade, nos laboratórios, as pesquisas sobre a seleção com foco em doenças específicas avançam. “A seleção genética em gado leiteiro tem tido um impacto duradouro e positivo em fazendas leiteiras ao redor de todo o mundo. Do ponto de vista produtivo, não há dúvidas sobre os incríveis avanços que foram substanciais e definitivos, com recordistas mundiais atualmente fechando médias de produção em lactações encerradas de quase 100 kg de leite por dia. Nos últimos anos, a seleção para saúde vem ganhando mais atenção. Há novidades relevantes e promissoras no horizonte e isso abre um panorama muito promissor em longo prazo para termos vacas mais saudáveis”, finaliza Flávio Junqueira.

Fonte: Grupo Publique

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