Covid-19 pode infectar os animais da minha fazenda?

O veterinário Ricardo Moraes esclareceu pontos a respeito da relação entre a pandemia do Covid-19 e os animais que o produtor possui

Em participação no Giro do Boi da última quinta-feira (19), o médico veterinário e consultor especialista em equinos Ricardo Moraes esclareceu pontos a respeito da relação entre a pandemia do Covid-19 e os animais que normalmente o produtor tem em sua fazenda, como bovinos, equinos, cachorros e aves.

Foto: Divulgação/Giro do Boi

“Esse Covid-19 não, ele não é transmissível aos cavalos e nem aos outros animais. Existe coronavírus, sim, em todas as espécies. Existe coronavírus em cães, em gatos, em aves, e no próprio boi. E existe o coronavírus próprio dos cavalos, que é o ECoV, o Equine Coronavirus. Mas este Covid-19 não passa para os cavalos, então a gente tem que tomar cuidado mesmo é com a nossa transmissão. Ou seja, entre pessoas”, apontou.

O veterinário inclusive relatou que existem pessoas acreditando na existência de uma vacina desenvolvida ainda antes da pandemia. Entretanto, a informação não é verdadeira. “Já estão enganando a população porque já existe esta vacina, mas são cepas diferentes. Existe, sim, o coronavírus e existe, sim, as vacinas para os animais, para os cachorros, mas que é diferente do Covid-19. Então, sim, tem que tomar cuidado, não é brincadeira o Covid-19”, completou.

Em todo caso, o consultor reforçou a importância dos cuidados com a higiene pessoal no manejo dos animais, indicando que pode ser feita com água e sabão, sem desespero caso não encontre álcool em gel, em falta em muitos comércios pela alta procura.

Mesmo que os animais não contraiam a doença quando entram em contato com a cepa do Covid-19, é possível que sirvam de superfície para que o vírus seja carregado. Por isso, a importância de evitar contato no caso de confirmação de contaminação pelo ser humano, conforme recomendou recentemente a Word Small Animal Veterinary Association (WSAVA).

Atualmente, não há evidências sugerindo um hospedeiro animal específico como reservatório de vírus e outras investigações estão em andamento”, disse a entidade em comunicado.

“Atualmente, existem evidências limitadas de que animais de estimação (cães e gatos) possam ser infectados pelo SARS-Cov-2, e não existem evidências de que cães e gatos possam ser uma fonte de transmissão para outros animais ou humanos. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis”, consta no documento recentemente publicado pela associação.

No caso do ser humano estar com diagnóstico positivo da doença, a entidade listou as seguintes orientações:

Você deve restringir o contato com animais de estimação e outros animais enquanto estiver doente com a COVID-19, assim como faria com outras pessoas. Embora não tenha relatos de animais de estimação ou outros animais adoecendo com a COVID-19, ainda é recomendável que pessoas doentes com a COVID-19 limitem o contato com animais, até que mais informações sejam conhecidas sobre o vírus. Quando possível, peça a outro membro da sua família que cuide dos seus animais enquanto estiver doente. Se você está doente com a COVID-19, evite o contato com seu animal de estimação, incluindo acariciar, aconchegar-se, ser beijado ou lambido e compartilhar alimentos. Se você precisar cuidar do seu animal de estimação ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, lave as mãos antes e depois de interagir com os animais e use uma máscara facial”.

Fonte: Giro do Boi

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