A preocupação dos pecuaristas com o estresse térmico ganhou destaque neste ano. Isso porque o verão registrou altas temperaturas e ausência de chuva, especialmente no Rio Grande do Sul. A baixa precipitação ocorrida se iguala ao ano de 1893. Diante deste cenário, a expectativa é de um índice ruim de prenhezes em vacas com cria ao pé, além de terneiros mais leves no desmame.

Foto: ABHB/Divulgação

Para regular o seu organismo e diminuir o efeito do calor, os bovinos produzem uma quantidade maior de hormônio cortisol. Por isso, passam a se alimentar menos. Consequentemente, entram em um balanço energético negativo. Segundo o vice-presidente de promoção das raças, da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), Celso Jaloto, é neste momento em que há uma elevação do uso de glicose pelas células. E, portanto, diminuindo sua utilização como fonte de energia para a manutenção da produção de leite. “Esta é a razão de seus terneiros estarem mais leves”, pontua, explicando que o problema continua uma vez que vai interferir na fertilidade.

Adaptação

Entretanto, ele afirma que por experiência particular da ABHB, ao visitar fazendas no Brasil Central, foi possível observar animais da raça Braford já adaptados às novas regiões climáticas. “Eles mostram que por terem sangue zebuíno na sua formação, bem como pelagem “zero” como o nelore e possuírem a pele mais clara, conseguem ótimos resultados”, explica.